sexta-feira, 10 de abril de 2009

Relações Públicas e a Política Ambiental das Empresas


Configurando-se como uma megatendência contemporânea, que inclui valores éticos e de compromisso social, a questão ambiental poderia ser abordada por diversos ângulos, porque muitas são as vertentes que devem se cruzar para promover uma consciência coletiva voltada para a preservação da natureza, em que se torna imprescindível a ação dos vários segmentos sociais.

Aqui, optamos por destacar o papel das empresas no tratamento das questões ambientais, porque é evidente que parte dos impactos causados ao meio ambiente são de sua responsabilidade.

Além disso, por serem constituídas principalmente por pessoas, seja como agentes produtores, seja como agentes consumidores e serem integrantes de uma ou mais comunidades, também usufruem da qualidade de vida ou dos efeitos nocivos à natureza, que elas próprias podem ajudar a proporcionar.

Muitas empresas estão em busca do aprimoramento de sua atuação e, para tanto, trocam experiências, estudam alternativas, unindo esforços, dentro de uma perspectiva que exige ação efetiva de todos os entes envolvidos com a questão ambiental.

A empresa, nesse sentido, não pode ser vista como vilã ou heroína. Seu significado é muito mais amplo, pois, também como ser social, precisa buscar a resolução de seus problemas, inclusive os de ordem ambiental, para ganhar credibilidade.

Por outro lado, há empresas que não se empenham e não têm boa vontade para buscar soluções que resolvam ou amenizem seus impactos ambientais, mas felizmente, é possível identificar, em certas organizações, uma mentalidade que já vê a questão ambiental não mais como modismo, mas como quesito indispensável para que se mantenha num mercado cada vez mais aberto, competitivo e exigente, onde o compromisso social e a ética são itens levados em consideração.

Com toda essa perspectiva parece-nos natural que a área de Comunicação e, em especial a de Relações Públicas, esteja familiarizada com todo o processo, conjugando esforços com as outras áreas da empresa, para que sejam implementadas ações de divulgação e de conscientização junto aos públicos internos e externos, pois agindo assim, além de ser possível colaborar para a própria educação ambiental, que vem sendo destacada como o caminho que permitirá o reposicionamento de todos os setores da sociedade frente ao meio ambiente, também propiciará maior interação e participação da comunidade para com a empresa e vice-versa.

Já podemos identificar que a questão ambiental vem sendo cada vez mais enfatizada pelas empresas. Prova disso, está no número crescente de organizações que vêm estruturando internamente a área de meio ambiente.
Mesmo com essa perspectiva favorável, percebe-se, todavia, a grande ausência de atuação de profissionais de Relações Públicas e/ou Comunicação nesse contexto.

Esta ausência talvez possa ser atribuída à falta de informação que as empresas têm sobre a importância da área de Comunicação e, em especial, de Relações Públicas, não só na divulgação, mas principalmente na formulação de uma política ambiental que envolva os públicos e que busque o comprometimento e a conscientização de todos.
Há sempre um hiato na política de meio ambiente, quando não se realiza um trabalho sistemático de comunicação, que aproxime e envolva os públicos ligados à empresa, quer sejam seus funcionários, quer os fornecedores, os acionistas, os consumidores, a comunidade, a imprensa.

Este é, portanto, um papel que a área de Relações Públicas pode desempenhar, desde que seus profissionais acompanhem as tendências dos novos tempos, reconhecendo na política de meio ambiente a possibilidade de estabelecer e manter um conceito de responsabilidade e credibilidade para a organização, orientada para a necessidade de uma conduta que atenda ao interesse público.

Profª. Dra. Maria José da Costa Oliveira
Bacharel na área de Relações Públicas. Mestre e Doutora em Ciências da Comunicação. É coordenadora dos cursos de graduação em Relações Públicas e Publicidade e Propaganda, além de coordenadora do curso de Pós-Graduação em Comunicação Pública e Responsabilidade Social da METROCAMP.


Fonte: http://www.sinprorp.org.br/clipping/2007/028.htm

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