domingo, 20 de dezembro de 2009

Marina sugere que Brasil contribua com US$ 1 bilhão para fundo climático

Presentes à segunda semana da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (ONU), a senadora Marina Silva (PV-AC), o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc (PT-RJ) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), passaram nesta segunda-feira (14) pelo espaço da delegação brasileira no evento.


A senadora Marina Silva voltou a defender que o Brasil contribua para um futuro fundo climático internacional. Desta vez, a senadora especificou o quanto acredita que o país poderia destinar a ele: "O Brasil, que já emprestou recursos ao FMI, pode entrar com US$ 1 bilhão. Pode ser mais, eu não vou ficar triste com isso."
Segundo Marina, a contribuição de um país emergente como o Brasil pode causar "constrangimento ético" para que os países desenvolvidos, que ainda não se posicionaram da forma como os pobres gostariam, "ponham mais" recursos no fundo.


No domingo, a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, já havia dito que o país não deveria dar dinheiro a um fundo para ajudar países pobres a combaterem e se adaptarem às mudanças climáticas porque isso é papel dos mais ricos, que têm responsabilidade histórica no aquecimento global.
Ministro do Meio Ambiente destacou que brasileiros vão apoiar nações africanas no monitoramento do desmatamento


O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao ser perguntado sobre a questão da contribuição ou não do Brasil a um fundo climático, destacou que o apoio a países pobres não se faz apenas pela via financeira e lembrou, por exemplo, que os brasileiros vão apoiar nações africanas no monitoramento do desmatamento.

O governador de São Paulo, por sua vez, criticou os países desenvolvidos por imporem barreiras tarifárias ao etanol brasileiro. "É um protecionismo pró-carbono", disse. Serra apontou que haveria uma considerável economia de emissões de carbono se o mundo todo misturasse 10% de etanol à sua gasolina.



Segundo o governador paulista, há suficiente área agricultável para a expansão da produção de cana no Brasil, sem ameaçar a Amazônia, inadequada para esse tipo de cultivo.

http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1414581-17816,00.html

Meta é para países desenvolvidos’, diz Dilma sobre redução de CO2

Ministra diz que vai apresentar ‘compromisso voluntário’ em Copenhague.
Ela comentou crítica de governador sobre propostas federais.


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, reafirmou, nesta terça (10), que o Brasil não levará metas para a reunião de mudanças climáticas em Copenhague, na Dinamarca, marcada para dezembro.

“Não estamos falando em metas porque metas é para países do Anexo 1. Países em desenvolvimento não têm metas. O que nós temos é compromisso voluntário de redução, porque nós não somos iguais aos países desenvolvidos. Essa questão de emissão de gases do efeito estufa é cumulativa, não começou ontem, começou desde a Revolução Industrial. O que o Brasil faz é um gesto político que o legitima com uma ação comprometida com a sustentabilidade”, afirmou a ministra.

Na segunda-feira (9), o governador de São Paulo, José Serra, sancionou a chamada política estadual de mudanças climáticas. A meta é reduzir a emissão de gás carbônico (CO2 ) em 20% até 2020. Na ocasião, Serra sugeriu que o governo federal apresentasse ousadia nas propostas a serem levadas para Copenhague.

Nesta terça, em evento no Rio de Janeiro para anunciar a construção de casas populares do programa “Minha Casa, Minha Vida" no Rio, que vai licenciar mais de 46 mil moradias, Dilma comentou a crítica do governador:

“Vocês acham 24 milhões de toneladas de redução de CO2 muito significativo quando se trata de São Paulo e não consideram que a redução de 20% relativa ao desmatamento é significativa (a proposta do governo é reduzir em 80% o desmatamento, o que assegura redução de 20% das emissões de gás carbônico)”, disse a ministra, explicando que as 24 milhões de toneladas representam 10% dos 20% de redução do desmatamento, que equivale a cerca de 560 milhões de toneladas.

Na semana passada, o diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, também defendeu que não é necessário o Brasil apresentar uma meta formal de redução de emissão de gases na reunião Copenhague.

Posição do governo

O governo decidiu que só divulgará o plano brasileiro de redução da emissão de CO2 no próximo dia 14. A proposta do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é que o país reduza em 40% a emissão de CO2 até 2020.


Até o momento, integrantes do governo falam na redução do desmatamento da Amazônia em 80% até 2020, o que asseguraria a obtenção de metade da meta de 40% de redução da emissão de CO2.


http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1373442-5601,00-META+E+PARA+PAISES+DESENVOLVIDOS+DIZ+DILMA+SOBRE+REDUCAO+DE+CO.html

Tímido projeto de lei climática de Obama vira pretexto para fiasco em Copenhague


Um projeto de lei climática parado no Senado dos Estados Unidos tornou-se o principal candidato a bode expiatório caso um acordo global para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa não seja arrancado na Conferência do Clima de Copenhague, entre 7 e 18 de dezembro. Avalia-se que é bastante difícil que a legislação americana seja aprovada até lá. Pior: ainda que seja, suas normas não são nada ambiciosas.


Em uma iniciativa inédita no Legislativo americano, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (o equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) aprovou no dia 26 de junho por 219 votos contra 212 uma lei climática que estabelece limites para emissões de gases-estufa e cria um mercado nacional de créditos de carbono. Ela fora apresentada pelos democratas no dia 31 de março.


A aprovação foi vista como uma vitória do presidente Barack Obama, que “vendeu” as medidas como necessárias para limitar o aquecimento global e reduzir a dependência americana do petróleo importado. (Certamente, para o público interno é o segundo objetivo que sensibiliza mais. Em relação ao aquecimento global propriamente dito, pesquisas recentes indicam que os americanos acreditam cada vez menos em sua existência.)


Convencer sobretudo um americano a mudar seu padrão de consumo de energia não é uma tarefa trivial"

De autoria dos parlamentares Henry Waxman (Califórnia) e Edward Markey (Massachusetts), a Lei de Energia Limpa e Segurança da América, de 1.200 páginas, fixava um compromisso de redução de emissões de 17% até 2020, em relação aos níveis de 2005. Os compromissos delineados pelo Protocolo de Kyoto, ao qual os EUA nunca aderiram, referem-se aos níveis vigentes em 1990. Já no Senado, a meta de corte subiu parcos 3 pontos porcentuais, para 20% (confira mais detalhes no infográfico abaixo), por iniciativa da senadora democrata Barbara Boxer (também com base eleitoral na Califórnia). A meta pedida por Obama no primeiro esboço do projeto era redução de pelo menos 25%.


Pelo raciocínio que coloca a aprovação da lei americana como condição para que a Conferência do Clima tome decisões efetivas sobre mudanças climáticas, se os EUA, com todo o seu peso, não tiverem uma legislação aprovada até 7 de dezembro, quando começa a reunião em Copenhague (ou no mais tardar até o dia 18, quando ela termina), ninguém vai se comprometer com nada.


Mas o pior é que, na avaliação de ambientalistas, as normas que têm demandado tanto trabalho de convencimento e criado tantas expectativas são inócuas. Quando o projeto de lei foi aprovado na Câmara no final de junho, a ONG Greenpeace avaliou que, para evitar os piores efeitos do aquecimento global, o corte de emissões nos EUA teria de ser de 25% a 40% até 2020 em relação aos níveis de 1990. Pelas contas apresentadas à época, o corte de 17% sobre 2005 equivale a uma redução de apenas 4% sobre 1990. Vinte porcento é um pouco melhor que isso, claro, mas continua um número tímido, no final das contas.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1375018-5603,00-TIMIDO+PROJETO+DE+LEI+CLIMATICA+DE+OBAMA+VIRA+PRETEXTO+PARA+FIASCO+EM+COPEN.html

Cúpula de Copenhague acaba com texto mínimo, e ainda assim sem unanimidade

Presidência da COP 15 anunciou apenas ter 'tomado nota' de documento.
Arranjo foi duramente criticado por países como Venezuela, Cuba e Sudão.


A cúpula da ONU sobre mudança climática ( COP 15 ), realizada em Copenhague, chegou a um "acordo de mínimos" neste sábado (19), ainda assim após superar a oposição de vários países e após um intenso debate que se prolongou durante toda a noite.


'Talvez não seja tudo o que esperávamos', diz Ban Ki-moon

A Presidência da conferência anunciou que havia "tomado nota do acordo de Copenhague de 18 de dezembro de 2009", que incluirá uma lista dos países contrários ao texto.



O acordo de Copenhague contra o aquecimento climático, validado neste sábado, é uma etapa essencial para um futuro pacto, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A ONU recorreu a essa fórmula para tornar operacional o acordo, que foi duramente criticado como ilegítimo por países como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e Sudão.



"Talvez não seja tudo o que esperávamos, mas essa decisão da conferência das partes é uma etapa essencial", declarou Ban à imprensa.


http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1421126-17816,00-CUPULA+DE+COPENHAGUE+ACABA+COM+TEXTO+MINIMO+E+AINDA+ASSIM+SEM+UNANIMIDADE.html

Fome, doenças e seca: consequências do aquecimento global


Magnitude do impacto dependerá do aumento das temperaturas.
Variação poderá oscilar entre 1,8 e 4 graus centígrados até 2100.



Fome, secas e doenças são algumas das consequências nefastas do aquecimento global se a temperatura do planeta subir demais: é o que calcula o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) em seu quarto relatório, publicado em 2007.

Segundo o grupo de especialistas da ONU, que em 2007 ganhou o Prêmio Nobel da Paz, a magnitude do impacto das mudanças climáticas dependerá do aumento das temperaturas, que de acordo com o IPCC poderão oscilar entre 1,8 e 4 graus centígrados até 2100.

AMÉRICAS

O aquecimento global potencializará a formação de ciclones e ondas de calor na América do Norte e Central, e provocará fome e a desaparição de várias espécies no Sul.

Os dois hemisférios sofrerão com a carência de água potável e o aumento do número de doenças relacionadas ao calor, às tempestades e à poluição urbana.

Na América Latina, as geleiras desaparecerão, "com toda probabilidade" até 2020, reduzindo assim a capacidade hídrica e a geração de energia em muitos países.


É provável também que aumentem a frequência e a intensidade dos furacões na região caribenha


Até 2020, entre 7 milhões e 77 milhões de latino-americanos sofrerão com a falta d'água. O número de pessoas afetadas nesta região pode aumentar para entre 60 milhões e 150 milhões em 2100.

Um aumento da temperatura de 2 graus centígrados e a diminuição da água acumulada no subsolo pode transformar o leste da Amazônia em uma savana, assim como as zonas tropicais do centro e do sul do México.

As zonas glaciares do Alasca e do Canadá terão seu degelo acelerado, colocando em risco a sobrevivência de espécies como focas e ursos polares.


http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1399016-5603,00-FOME+DOENCAS+E+SECA+CONSEQUENCIAS+DO+AQUECIMENTO+GLOBAL.html

Sonho dinamarquês de virar ‘capital ambiental’ do mundo torna-se pesadelo

Acordo’ de Copenhague é uma carta de intenções sem apoio unânime.
Entenda o que se esperava e o que saiu da conferência sobre clima.


O maior encontro diplomático dos últimos tempos, realizado nas duas últimas semanas em Copenhague, capital da Dinamarca, tinha o objetivo de envolver o mundo em ações concretas para evitar o aquecimento global , uma alta descontrolada da temperatura resultante da ação humana. Mas “omissão” é a palavra que define melhor o “resultado” da 15ª Conferência das Partes (COP), a reunião anual que congrega as nações signatárias da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC).



Este ano a COP foi em Copenhague, capital da Dinamarca, país que sonhava em entrar para a história como o anfitrião de um acordo abrangente que substituísse o Protocolo de Kyoto, acordado em 1997 na COP 3 , sediada na cidade japonesa. Mas, para azar do mundo, o que vai constar nos anais da história será a desconcertante incapacidade de aglutinação da liderança dinamarquesa e a truculenta repressão de manifestações de ONGs ambientalistas.


http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1421298-17816,00-SONHO+DINAMARQUES+DE+VIRAR+CAPITAL+AMBIENTAL+DO+MUNDO+TORNASE+PESADELO.html

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Destruição de Parque Nacional do Descobrimento chega a 200 hectares-Fonte Jornal a Tarde

O incêndio que atinge o Parque Nacional do Descobrimento desde segunda-feira já destruiu cerca de 200 hectares de mata nativa. Segundo a chefe da reserva, Maria Carolina Portes, a hipótese mais provável para a causa do fogo é que tenha sido provocada por caçadores, pois foi encontrado um maço de cigarro na área atingida e dois cachorros foram vistos.

Nesta quarta, chegaram ao parque mais 11 brigadistas, indo para 70 o total de pessoas que estão no combate aos focos do incêndio. O fogo, nesta quarta, estava mais controlado e bem menos intenso que na segunda-feira, quando era possível ver o fumaceiro a cerca de 30 km do parque. Os aceiros – um tipo de limpeza em torno dos focos do incêndio – evitam que o fogo se alastre. Dois tratores de esteira ajudam os brigadistas a fazer os aceiros.

Brigadistas estão colocados em pontos estratégicos para evitar que indícios de queimada se desenvolvam, sobretudo entre as 12 e 15h, quando o sol está mais quente. Um dos fatores que colaboraram para que o fogo fosse controlado é que ventou pouco. Após o controle total do fogo, será feita a perícia para avaliar o que realmente provocou o incêndio e os prejuízos causados ao meio ambiente.

A área atingida pelo fogo é constituída de vegetação conhecida como mussununga, muito suscetível ao fogo. Ela estava em regeneração da maior queimada ocorrida no parque, em 2001, quando mais de 10% da área total (21.231 hectares) foi destruída.

Uma paca adulta foi o único animal encontrado morto até agora. Um jabuti achado vivo foi solto em local seguro. O Parque Nacional do Descobrimento possui diversos animais, como onças-pintadas, pacas, porcos-do-mato, antas, suçuaranas, macacos e tatus. E diversas árvores nativas, a exemplo de jacarandá, palmito, jequitibá e jatobá.

Sobrevoo - Estava previsto para esta quarta um sobrevoo de avião na área atingida, o que não ocorreu. Segundo a chefe do parque, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade disponibilizou um avião com capacidade para seis pessoas, mas, diz ela, um helicóptero seria a melhor opção para se averiguar a área. Porém o preço do helicóptero – quatro vezes mais caro que o avião – fez com que isso não fosse viável até o momento.

Portes espera que nesta quinta o fogo esteja mais controlado, sobretudo com a ação dos tratores na feitura dos aceiros e do empenho dos brigadistas.


http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1306316