terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Pós-Kyoto: Copenhague, sonhos e realidades, artigo de José Goldemberg

[O Estado de S.Paulo] Copenhague, a capital da Dinamarca, próspero país no norte da Europa, vai sediar no fim deste ano a 15ª reunião dos países signatários da Convenção do Clima, adotada no Rio de Janeiro em 1992 (Rio-92), na qual os governos dos países participantes (mais de 180) se comprometeram a reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global.

Afora a retórica, contudo, nenhum país assumiu em 1992 compromissos concretos de reduzir tais emissões, o que só foi feito cinco anos depois, em 1997, no Japão, onde foi adotado o Protocolo de Kyoto. Foi nessa ocasião que as esperanças e os sonhos gerados em 1992 começaram a se chocar com a realidade. Os países industrializados aceitaram reduzir modestamente suas emissões nos 15 anos seguintes (até 2012), mas os demais (incluindo China, Índia e Brasil) não aceitaram nenhuma limitação, usando argumentos de natureza política.

O principal é o de que os países industrializados foram os grandes emissores no passado e, portanto, têm responsabilidade histórica pelo que está acontecendo, cabendo a eles resolver o problema. Esse argumento se origina na concepção terceiro-mundista, comum em muitos países em desenvolvimento, que culpa as potências coloniais pelos problemas que enfrentam. Essa visão leva às reivindicações por “compensações” pelos males do passado e a propor, por exemplo, que os espanhóis paguem pela destruição da civilização asteca. No Brasil vemos isso frequentemente na discussão sobre cotas para afrodescendentes nas universidades públicas.

É ela que alimenta a ideia de que os países em desenvolvimento só tomarão as medidas necessárias para reduzir suas emissões se os países ricos lhes transferirem as tecnologias e os recursos necessários para tal, apesar de emitirem tanto quanto os países industrializados; além disso, suas emissões estão crescendo mais rapidamente. Consequência disso é que os EUA – o maior emissor mundial – não ratificaram o Protocolo de Kyoto; a União Europeia (UE) é o único bloco de nações engajado até agora seriamente em reduzir suas emissões. Estima-se que seria necessário transferir US$ 100 bilhões por ano. No presente, apenas pouco mais de U$ 1 bilhão por ano está sendo transferido, o que mostra quão irrealista é a posição dos países em desenvolvimento de esperar que os países industrializados paguem pelos custos da redução das emissões.

A conferência que se realizará em Copenhague tem por objetivo reformular o Protocolo de Kyoto e, eventualmente, substituí-lo por outro que conte com a adesão dos EUA e um engajamento real dos países em desenvolvimento. O que se pode esperar realisticamente dela?

Em primeiro lugar, a UE já decidiu tornar suas metas mais rigorosas e pretende reduzir suas emissões em 20% abaixo do nível de 1990, usando o método já em operação de permitir a troca de emissões entre empresas. Esse método encoraja avanços tecnológicos e as empresas mais eficientes podem vender certificados de emissão às menos eficientes. O mercado europeu de emissões já atingiu o nível de dezenas de bilhões de dólares por ano. Em segundo lugar, os EUA estão próximos de adotar um sistema de metas e troca de emissões, propondo-se a reduzi-las em 17% abaixo do nível de 2005. O que se espera como resultado é uma grande expansão do mercado de emissões europeu para um mercado transatlântico que incluirá o Canadá e o México.

Essas medidas concretas para a redução de emissões esvaziarão o argumento dos países em desenvolvimento de que, se reduzirem as suas, vão facilitar a vida dos países industrializados, que continuarão a emitir. Provavelmente, tais medidas levarão a China a abandonar a recusa de aceitar limitações às suas emissões e participar, assim, do grande mercado de emissões que se está delineando. Se isso ocorrer, o que se espera dos demais países em desenvolvimento?

De acordo com o “mapa do caminho” adotado em Bali, na 13ª reunião dos países signatários da Convenção do Clima, os países em desenvolvimento comprometeram-se a adotar “ações de mitigação apropriadas, em nível nacional”, que são voluntárias, mas sujeitas a verificação. Exemplo dessas ações voluntárias é a anunciada pelo Brasil, na 14ª reunião da Convenção, em Poznan, de que reduziria o desmatamento da Amazônia em 30% até 2013 e outros 40% até 2017.

Que outras ações podem ser tomadas? A exemplo do que fez a UE, as ações (ou metas) podem ser setoriais, isto é, atingir certas indústrias mais do que outras. A lei em discussão no Congresso americano tem as mesmas previsões.

Sendo realista, o Brasil poderia começar a pensar seriamente em adotar o mesmo procedimento, o que poderia ampliar muito os recursos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que se tornou extremamente burocrático e movimenta recursos muito menores do que as transações que existem no mercado europeu. Por exemplo, a produção atual de etanol da cana-de-açúcar, que evita o lançamento de cerca de 40 milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera, não se qualifica hoje para o MDL, mas poderia ser objeto de transações no mercado europeu (e provavelmente nos EUA); essa quantidade de carbono tem um valor de mercado de cerca de US$ 1 bilhão. Outra ação seria a comercialização de créditos de carbono resultantes do desmatamento evitado, que não pode depender apenas de filantropia internacional, como é o caso atualmente. De novo, aqui, um mecanismo de mercado que mantenha o carbono na floresta poderia gerar um grande fluxo de recursos para o País.

Há condições de se alcançar um acordo em Copenhague, mas é necessário menos ideologia e mais realismo nas negociações em curso.

Lei pioneira aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo, por proposta do prefeito Gilberto Kassab, vai mais longe ainda, fixando uma meta para a redução das emissões de carbono até 2012.

http://www.ecodebate.com.br/2009/06/16/pos-kyoto-copenhague-sonhos-e-realidades-artigo-de-jose-goldemberg/

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vídeo: Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável


Desenvolvimento sustentável é a forma de desenvolvimento que não agride o meio ambiente de maneira que não prejudica o desenvolvimento vindouro, ou seja, é uma forma de desenvolver sem criar problemas que possam atrapalhar e/ou impedir o desenvolvimento no futuro.

O desenvolvimento atual, apesar de trazer melhorias à população, trouxe inúmeros desequilíbrios ambientais como o aquecimento global, o efeito estufa, o degelo das calotas polares, poluição, extinção de espécies da fauna e flora entre tantos outros. A partir de tais problemas pensou-se em maneiras de produzir o desenvolvimento sem que o ambiente seja degradado. Dessa forma, o desenvolvimento sustentável atua por meio de alguns aspectos:

Atender as necessidades fisiológicas da população;
Preservar o meio ambiente para as próximas gerações;
Conscientizar a população para que se trabalhe em conjunto;
Preservar os recursos naturais;
Criar um sistema social eficiente que não permite o mau envolvimento dos recursos naturais;
Criar programas de conhecimento e conscientização da real situação e de formas para melhorar o meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável não deve ser visto como uma revolução, ou seja, uma medida brusca que exige rápida adaptação e sim uma medida evolutiva que progride de forma mais lenta a fim de integrar o progresso ao meio ambiente para que se consiga em parceria desenvolver sem degradar.

Existem três colunas imprescindíveis para a aplicação do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. Esses devem ser dependentes um do outro para que caminhem lado a lado de forma homogênea.


http://www.brasilescola.com/geografia/desenvolvimento-sustentavel.htm

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Encontro debate sugestões para Convenção de Copenhague na Bahia

Caminhos para a redução dos gases de efeito estufa e a Convenção de Copenhague – encontro promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir mudanças climáticas - foram os principais assuntos abordados na reunião do Fórum Baiano de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade, realizada, nesta segunda-feira (23), na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

O Fórum tem a finalidade de subsidiar a elaboração e execução de políticas públicas relacionadas ao tema e também contribuir com a elaboração de diretrizes para a criação da Lei Estadual de Mudanças Climáticas e de Biodiversidade.

A Convenção de Copenhague, capital da Dinamarca, acontece entre 7 e 18 de dezembro e vai reunir os países que fazem parte da ONU para redigir e aprovar os termos da segunda parte do Protocolo de Kyoto – a primeira expira em 2012. A continuidade do protocolo estabelece novas metas de redução da emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo.

Entre os chefes de Estado que confirmaram presença estão o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel. O evento vai reunir representantes de 192 países e deve levar aproximadamente 8 mil pessoas, entre delegações, jornalistas e observadores, à capital da Dinamarca.

Segundo o secretário do Meio Ambiente, Juliano Matos, o desafio é grande e o assunto tem despertado o interesse de todos. “As pessoas já estão entendendo a necessidade de ajudar na busca de meios que possam mitigar as alterações climáticas”.

De acordo com a coordenadora do Fórum, Adriana Diniz, a reunião serviu como uma pré-convenção para os integrantes de grupos de trabalho envolvidos em discussões das mudanças do clima para a Convenção de Copenhague. Participaram do encontro, representantes de secretarias estaduais, entidades ambientalistas, universidades e empresas do setor privado.

Fonte: Agecom

http://www.bahiaemfoco.com/noticia/12738/encontro-debate-sugestoes-para-convencao-de-copenhague-na-bahia

sábado, 2 de janeiro de 2010

Bush vê na energia nuclear a melhor solução contra o efeito estufa


O presidente George W. Bush garantiu nesta quinta-feira (20) que ele leva a sério o efeito estufa e considera a energia nuclear a "melhor solução", ao mesmo tempo em que cobre as crescentes necessidades energéticas, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca para fazer um balanço do ano

Bush declarou ter dito ao Prêmio Nobel da Paz -- e ex-vice-presidente dos Estados Unidos -- Al Gore que leva "seriamente" o tema das emissões de gases de efeito estufa e que seu governo está desenvolvendo uma estratégia para tratar do tema.

Bush disse ainda que seu governo está trabalhando numa forma para tornar os carros mais eficientes em termos de consumo de combustível, mas que a energia nuclear é peça fundamental.

"Se alguém é verdadeiramente sério sobre como enfrentar os gases de efeito estufa, deveria ser um simpatizante maior da energia nuclear", assinalou.

"Eu, por certo, sou, e aplaudo os esforços dos membros do Congresso para dar incentivos para a construção de novas usinas. É a melhor solução para assegurar que tenhamos crescimento econômicos e, ao mesmo tempo, sejamos bons administradores do meio ambiente.

Bush também disse que não está satisfeito com o progresso político no Iraque e pressionou a favor de uma reconciliação e reformas maiores.

"Muitas vezes a política local é que move a política nacional. Estamos satisfeitos com o progresso lá? Não", afirmou Bush.

O presidente mencionou sua preocupação ante a possibilidade de que alguns países aliados dos Estados Unidos abandonem seu compromisso no Afeganistão, e deixem esse território antes que fique estabilizado.

"Minha maior preocupação é que as pessoas digam: 'bom, estamos cansados do Afeganistão, então acho que vamos embora".

Segundo ele, os aliados americanos devem entender que vai levar tempo para que esta experiência democrática no Afeganistão funcione. "E acredito que vai funcionar", enfatizou.

Bush também disse que vai acompanhar como evolui o futuro político da Rússia de Vladimir Putin, e que espera que Moscou se mantenha no caminho da democracia.

"Minha esperança é que a Rússia seja um país que entenda que são necessários os pesos e contrapesos, as escolhas livres e limpas, uma imprensa vibrante", afirmou Bush.

"Há especulação sobre se Putin será ou não o primeiro-ministro. Não sei se será. Não falei com ele a respeito. E até que aconteça, acho que é melhor esperar para ver".

Quanto à Síria, descartou conversações diretas com o presidente Bashar al-Assad e disse que "sua paciência em relação a Assad se esgotou há muito tempo".

"De modo que, se estiver me ouvindo, não precisa de uma ligação telefônica; ele sabe exatamente qual é minha posição".

"Minha paciência com o presidente se esgotou há muito tempo, e a razão é que ele protege o Hamas, dá facilidades ao Hezbollah, aos suicidas que saem de seu país e desestabilizam o Líbano", acrescentou.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL234744-5603,00-BUSH+VE+NA+ENERGIA+NUCLEAR+A+MELHOR+SOLUCAO+CONTRA+O+EFEITO+ESTUFA.html