sábado, 11 de abril de 2009

Em São Paulo 25 mil carros apodrecem à beira de uma represa- Saiu no Jornal Nacional



A cidade de São Paulo não sabe mais onde guardar carros apreendidos. Os pátios estão lotados e o maior deles foi interditado por estar ao lado de uma represa que fornece água para a capital paulista.


É um em cima do outro. Dezenas. Centenas. Milhares de carros apreendidos - 25 mil à beira da represa de Guarapiranga, de onde sai a água que abastece quase quatro milhões de pessoas na cidade de São Paulo.

“É impressionante, uma quantidade gigantesca de veículos à
beira do reservatório, é realmente impressionante”, comenta a promotora de Justiça Cláudia Fedeli.

O pátio funcionou durante seis anos. Só nos últimos três meses é que deixou de receber carros, depois da interdição pela Secretaria
Estadual do Meio Ambiente.

“É preciso saber se houve uma contaminação desse solo. Há indícios de que isso possa ter acontecido por vazamento de óleo e de outras substancias. Então é preciso saber se houve a contaminação do sólo e das águas subterrâneas e se houve essa contaminação para que seja dado inicio a um processo de remediação”, explica Claúdia Fedeli.

O advogado do estacionamento contesta:

“Não tem crime ambiental. Inclusive os carros, tudo isso, recebe um tratamento, antes de entrar no pátio, então, se tira combustível, óleo justamente para não vazar e não dar qualquer problema, margem a qualquer problema ambiental”, afirma o advogado Mauro Scheer Luís.

A discussão sobre o depósito à beira da represa levantou outra questão: o que fazer com os carros apreendidos? A cidade de São Paulo tem 14 pátios grandes, todos particulares. E eles já não dão conta. Só um deles recebia entre 30 e 40 carros todo dia.

Eles foram encaminhados pela Polícia Civil que, por falta de garagens públicas, transferiu a responsabilidade para terceiros. Pela guarda, o dono do pátio ganha uma taxa de permanência, quando o carro é liberado. Mas não existem convênios, nem contratos entre os pátios e
o estado.

No caso do pátio da Guarapiranga, o funcionamento foi autorizado por portarias. Em uma delas, o delegado argumenta: Há acumulo de veículos apreendidos. falta espaço na delegacia; falta segurança para impedir o furto de peça e é impossível de ter um pátio próprio.

O uso do estacionamento particular seria em caráter excepcional e provisório. A portaria é de 2003.

E, durante seis anos, o pátio funcionou em área de preservação, sem licença ambiental. De cada dez carros que entravam, saíam dois. Assim, o terreno foi enchendo. São carros com queixa de furto, de roubo, com problemas de documentação, com multas atrasadas.

Agora, a Secretaria de Segurança se comprometeu com o Ministério Público. Para tirar os carros da área da represa, vai fazer leilões. Mas, antes, precisa saber o básico: quantos carros estão apreendidos em São Paulo; quais foram as circunstancias da apreensão e quantos podem realmente ser vendidos.

Não há condições de absorver os veículos que estão na área para a promotoria do meio ambiente, a secretaria disse que não tem onde pôr os carros que estão na área.

Previu um ano até o primeiro leilão e pediu 90 dias pra levantar informações sobre o que a policia apreendeu e guardou no pátio da Guarapiranga.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo não quis gravar entrevista. Em nota, a assessoria de imprensa informou que está em estudo a criação de dois pátios que funcionariam em convênio com a prefeitura, para abrigar carros apreendidos em São Paulo.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente não informou se o terreno onde fica o pátio está ou não contaminado.

FONTE: http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1082033-10406,00-EM+SAO+PAULO+MIL+CARROS+APODRECEM+A+BEIRA+DE+UMA+REPRESA.html

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