quarta-feira, 3 de março de 2010

Projeto recolhe 45 toneladas de recicláveis durante o Carnaval

O projeto do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia "Trabalho Decente preserva o meio ambiente," realizado com apoio do Centro de Educação e Cultura Popular (Cecup), do governo do Estado e da Prefeitura de Salvador conseguiu entregar às cooperativas de reciclagem de lixo cerca de 45 toneladas de material reciclável recolhido durante o período do Carnaval deste ano, cinco toneladas a mais que a expectativa do projeto. Dos materiais, o alumínio foi o mais recolhido, com cerca de 32 toneladas. Os resultados foram apresentados na manhã desta quarta-feira, 3, no auditório do Ceafro, programa de educação e profissionalização para igualdade racial do Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO) no Largo Dois de Julho, às 9h da manhã.

Cerca de três mil catadores de lixo foram cadastrados e receberam uniforme, material de proteção e alimentação das cooperativas participantes, além da remuneração pelo material recolhido e foram posicionados em cinco pontos estratégicos da folia. O cadastro dos catadores pelas cooperativas aconteceu com a ajuda do Programa de Crédito Solidário do Estado da Bahia (Credisol), que forneceu R$ 75 mil para a ação. A campanha existe desde 2004, quando participaram 100 catadores, com um aumento gradativo a cada ano. No ano passado, foram recolhidas 35 toneladas de materiais entre garrafas pet, latas de ferro, alumínio e sacolas plásticas.

Para o presidente da Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet), Joilson Santana, é necessário garantir a participação ativa dos apoiadores do projeto para 2011, e buscar políticas estruturantes para as pessoas que vivem da "catação". "As pessoas que trabalham de forma precária podem se inserir nos grupos já existentes ou criar novos", diz o presidente, que atua na Península de Itapagipe, em Salvador, e atende 14 bairros carentes.

Além da ação que organizou o trabalho dos catadores no carnaval, a campanha do Complexo Cooperativo da Bahia também atuou no combate à exploração infantil, em parceria com o Governo do Estado. Nenhum jovem menor participou da coleta, e cerca de 80 crianças de até 12 anos permaneceram nos centros de convivência recebendo toda a assitência necessária enquanto os pais trabalhavam nos circuitos.

Segundo Joilson, o grande desafio das cooperativas é conseguir fazer com que a prefeitura contrate e remunere os trabalhadores da reciclagem pelos serviços prestados à sociedade, e que o município continue contribuindo com essas instituições durante o resto do ano. "É preciso chamar a atenção do município, do poder público, para que o empreendimento tenha sustentabilidade e os gestores estejam realmente pensando na questão do lixo em nossa cidade", pondera Santana.

Atualmente, 95% do material recolhido é reencaminhado para o setor industrial e 5% é fonte de reutilização, a partir da produção de novos objetos. Um dos desafios propostos pelas cooperativas é que surjam novas formas de aproveitamento desse material.


http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1404437

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