terça-feira, 2 de março de 2010

Desafios para a Comunicação Ambiental

Democratização da informação ambiental é fundamental

A democratização da informação ambiental é fundamental para o exercício pleno da cidadania crítica e participava, pois quando as pessoas, o povo, ou as organizações não dispõem de informação de qualidade, fica comprometida a capacidade de fazer escolhas entre as diferentes alternativas e caminhos. Quando falo de informação ambiental de qualidade falo de uma informação que mostre os fatos geradores da crise ambiental, para que as pessoas tomem consciência e possam atuar sobre as causas e não apenas sobre os efeitos. Um tipo de informação que mostre as raízes de nossos problemas ambientais e não apenas que reforcem uma visão romântica do quanto a natureza é linda ou é vítima de nossa ganância.

Na raiz de nossos problemas ambientais existe um modelo econômico de apropriação dos recursos naturais para gerar concentração de renda e riquezas e que tem produzido, por todo lado, miséria e pobreza e, por outro, degradação ambiental e esgotamento dos recursos naturais. Ao divulgar os problemas ambientais, a mídia naturalmente ameaça privilégios e interesses poderosos.

A existência de uma mídia ambiental alternativa e independente é fundamental numa democracia para assegurar que nenhum grande grupo econômico ou político possa deter o controle dessa informação ambiental de qualidade.

O grande desafio é pretender – e conseguir - que os poderosos que se sentem incomodados e ameaçados pela mídia ambiental independente também financiem esta mesma mídia com seus anúncios. Não é de se estranhar a ausência dos veículos especializados em meio ambiente nos planos de mídia das grandes empresas poluidoras, com raras exceções. Estas exceções ficam por conta de dois fatores. Empresas líderes que aprenderam a conviver com a Democracia e aceitam as críticas como parte da regra do jogo e mesmo como um fator positivo que as leva ao aperfeiçoamento do sistema de gestão ambiental. E empresas que reconhecem o crescente grau de consciência ambiental da sociedade e sabem que precisam agregar valor ambiental às suas imagens corporativas e aos seus produtos, sob pena de perderem mercado ou terem cada vez mais dificuldade para aprovar novos licenciamentos ambientais ou renovar os existentes.

A conscientização do brasileiro em relação ao Meio Ambiente aumentou 30% nos últimos 15 anos. (MMA/Iser 2005), o que nos dá motivos para ter esperanças. Não há dúvidas que nosso atual estilo de vida ainda irá perdurar por gerações e irá provocar muitos danos e poluição ambiental, mas é inegável que cresce ano a ano a consciência ambiental em todos os países, especialmente no Brasil, país de maior mega-diversidade do Planeta. Esta nova consciência tem motivado a organização da sociedade nas chamadas ONGs, organizações não-governamentais, dedicadas às lutas ambientais, nova legislação ambiental cada vez mais rigorosa, novos veículos especializados em meio ambiente e espaço para a pauta ambiental nos veículos da chamada Grande Mídia, uma quantidade enorme de novos cursos, seminários e bibliografia sobre meio ambiente, políticos e administradores públicos e privados mais envolvidos com a causa ambiental e preocupados em dar retorno aos seu eleitorado, etc. Sem dúvida, a cada ano um maior número de pessoas toma consciência da gravidade da questão ambiental e da urgência de fazermos alguma coisa para inverter o rumo suicida de nossa espécie no Planeta.

http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=499890

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