terça-feira, 3 de agosto de 2010

Entra em vigor nova lei que estimula a reciclagem do lixo



A lei, que vai ser regulamentada em três meses, obriga comerciantes, distribuidores e fabricantes a receber de volta vários produtos. A lista vai desde pneus até computadores.

Entrou em vigor nesta terça a nova lei que estimula a reciclagem do lixo. Fabricantes, vendedores e distribuidores passarão a ser responsáveis pelo destino de produtos considerados tóxicos.

É lixo, mas precisa de tratamento especial. A poeira não deixa dúvidas: o ambientalista Ricardo Henrique Cardim não usa nenhum dos equipamentos há muito tempo.

“Se você tem uma consciência ambiental, sabe que isso pode ser reciclado, que vai gerar poluição no ambiente, você acaba guardando esse material até quando?”.

Ricardo vai precisar esperar só mais um pouco. Uma lei que obriga comerciantes, distribuidores e fabricantes a receber de volta os produtos entrou em vigor nesta terça e vai ser regulamentada em três meses. A lista é grande. Vai desde pneus, até computadores e televisão.

O que pouca gente sabe é que mesmo antes dessa lei, algumas empresas já recebiam produtos que não serviam mais. Uma loja, por exemplo, desde março montou um posto pra recolher aparelhos de televisão, que serão entregues ao fabricante. O consumidor precisa apenas assinar um termo de doação.

“Entreguem seus aparelhos antigos. Eu sei que tem um grande apego aos aparelhos antigos, mas é contando com o consumidor que a gente vai chegar lá”, incentiva Walter Duran, diretor de sustentabilidade.

Uma rede de supermercados também se adiantou. Desde o ano passado, recolhe celulares, pilhas e baterias. Quem administra a reciclagem diz que a coleta poderia ser maior.

“A mudança de cultura, a incorporação de novos hábitos são fundamentais pra que isso funcione”, afirmou Felipe Antunes, consultor de sustentabilidade.

“As empresas, o poder público têm que ajudar, além de educar o consumidor a criar essa estrutura pra que essa coleta seja feita de maneira adequada e seja encaminhada pra reciclagem”, acredita Victor Bicca, presidente da ONG Cempre.

Na Universidade de São Paulo, já se faz isso. Qualquer pessoa pode trazer o velho computador. “Nós verificamos se é possível reaproveitar, e, se não é possível, nós passamos pra fase de reciclagem”, explicou Tereza Cristina Carvalho, coordenadora da Tec. de Informação - USP.

“As pessoas têm vontade de fazer, mas às vezes elas não sabem como fazer, e acabam indo pro caminho mais fácil, que é o lixo comum”, alerta Ricardo.

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